Uma pesquisa que será realizada a partir do próximo mês nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) marca a retomada do projeto “Piracicaba com Saúde: é hora de comer melhor”. O objetivo, segundo a CPAN (Coordenadoria de Programas de Alimentação e Nutrição), da Secretaria de Saúde, é conhecer os hábitos alimentares das crianças em suas residências, e com isso realizar ações para reduzir e evitar o consumo excessivo de produtos ultraprocessados – ricos em açúcar, gordura e sal e pobre em nutrientes – que estão ligados diretamente ao aumento da obesidade infantil.
Um encontro realizado nesta segunda e terça-feira no anfiteatro da Secretaria de Educação reuniu 200 educadores da rede municipal para abordar o tema. De acordo com nutricionista e coordenadora da CPAN, Márcia Cardoso, a pesquisa será desenvolvida obrigatoriamente em todas as EMEIs.
Baseado em informações do Ministério da Saúde, um questionário dividido por faixa etária (menores de 6 meses, de 6 a 23 meses e acima de 2 anos) será aplicado pelos profissionais da Secretaria de Educação. “Queremos conhecer os hábitos alimentares da criança na casa, ou seja, o que os pais compram e oferecem à criança quando elas não estão na escola”, explica Márcia.
A nutricionista ressalta ainda que a escola realizará a tabulação dos dados e deverá trabalhar com ações junto aos alunos e suas famílias para reduzir e até mesmo evitar o consumo desses alimentos. “Apesar da praticidade, precisamos conscientizar os pais sobre os prejuízos à saúde do consumo cada vez mais crescente desses produtos”.
Foto: Fernanda Schimdt
Ainda como parte das ações de 2016, a CPAN promoverá no segundo semestre o “1º Premio Piracicaba com Saúde: é hora de comer melhor”, no qual a escola interessada poderá inscrever seu projeto. Os cinco melhores trabalhos serão apresentados no encerramento da Jornada Pedagógica, que ocorrerá em outubro.
De acordo com Márcia, os projetos inscritos serão julgados a partir dos seguintes critérios: conhecimento, coerência, criatividade, tempo disponibilizado para a realização das ações, intersetorialidade, inovação, objetividade, participação social (envolvimento da comunidade, família, principalmente pais ou responsáveis), incorporação do projeto nos eventos e festas escolares e envolvimento da equipe escolar no projeto. “O prêmio é inédito e esperamos o envolvimento das 85 escolas municipais de educação infantil”.
Márcia informa ainda que uma segunda pesquisa sobre o perfil nutricional será realizada em 50 escolas de Ensino Infantil e Fundamental do Município no mês de agosto, envolvendo 5.500 crianças. A pesquisa faz parte do monitoramento do perfil nutricional do programa para verificar como estão os índices de excesso de peso nas crianças. Este estudo é realizado desde 2014, quando o programa começou a ser desenvolvido nas escolas do município.
Há dois meses atuando na Creche Municipal Maria Apparecida Lordello Beltrame, e primeira vez assistindo à palestra do projeto “Piracicaba com Saúde”, a professora Luciane de Oliveira achou um ótimo recurso oferecido para as professoras e afirmou que irá repassar para as colegas de trabalho. Com o projeto, Luciane acredita que a alimentação e a saúde na escola se amplie. “Espero que a Secretaria de Educação faça ainda outros projetos, para levarmos mais conhecimento dentro da escola e para que haja mais interação entre as professoras e diretoras das escolas”, disse.
Para Raquel Peixoto de Carvalho Tavares, diretora da Escola Maximiano Fermino Gil, o projeto tem mostrado evolução e melhorado a cada ano, adequando-se à realidade escolar desde que se iniciou. A diretora cita que as crianças levam o aprendizado para casa, ensinando até os pais o que se deve ou não comer.
