As tardes e as manhãs deles não são mais as mesmas desde o início deste ano. A ociosidade, o convite quase que irrecusável do sofá, as brincadeiras de rua e aquela soneca tirada a tarde não existem mais.
Os irmãos João e Jean Vitti, com 9 e 7 anos respectivamente, trocaram todos os exemplos citados acima pelos cachecóis rabo de gato, confeccionados com os próprios dedinhos. Isso mesmo! A atividade é praticada no Programa EMEC (Escola Municipal de Educação Complementar) da Escola Municipal Professora Elisabeth Consolmagno Cruz, no Kobayat-Líbano, onde os meninos estudam regularmente.
Este é o primeiro ano que os garotos frequentam o Programa EMEC e a empolgação é tanta que eles não falam em outra coisa. A ideia da confecção dos cachecóis pela professora Luci Mantelatto deu tão certo que João e Jean já viraram grandes empreendedores.
Foto: Marquinhos Ferreira
Além de praticarem a coordenação motora, a concentração e a matemática os meninos estão vendendo os acessórios que já existe em vários modelos, cores e materiais; o design é de responsabilidade dos próprios garotos. Com a ajuda da mãe e o pai, Joana e Juliano Vitti, os meninos estão cheio de encomendas, criaram o próprio caixa e administram todo o dinheiro. “A gente resolveu vender os cachecóis para comprar a camisa e a meia do Brasil, inicialmente. Queríamos usar nos dias dos jogos da seleção. Já compramos até um tênis, e quando vamos passear levamos o nosso dinheiro”, explicou João, que com a prática da atividade teve um avanço na coordenação motora e escrita, área onde tinha certa dificuldade para a letra cursiva.
Segundo Jean, a prática é perfeita para relaxar, se distrair e acalmar os ânimos. “O tempo passa rapidinho quando estou ‘costurando’ e estamos ficando cada vez melhor”, contou.
Para a mãe Joana, os meninos desenvolveram uma habilidade fantástica com os cachecóis feitos sem agulha. “Mostrei no meu trabalho e as mulheres começaram a encomendar para dar de presente. Com o dinheiro arrecadado, meus filhos estão gerando renda extra dentro de casa e aprendendo a dar valor no dinheiro que estão ganhando”, declarou.
A professora Luci explica que as atividades desenvolvidas nas EMEC’s devem refletir não só nas aulas regulares, mas também em casa. “Enquanto os alunos fazem os cachecóis, eu ensino a eles músicas regionais/populares e conversamos sobre assuntos variados que vão além da escola”, disse.
Joana acredita que muitos pais não sabem o significado do Programa EMEC e pensam ser um depósito de crianças ou simplesmente defendem a ideia de que elas vão apenas para brincar. “Eu como mãe estou adorando, pois meus filhos chegam em casa trazendo novidades, histórias, cantorias. Estou amando o trabalho da professora Luci”, finalizou.
Definição – A Escola Municipal de Educação Complementar é um programa destinado às crianças matriculadas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Educação e tem como objetivo proporcionar oportunidades para o desenvolvimento de atividades de caráter educativo e lúdico auxiliando no apoio e complementação escolar e evitando a ociosidade e os males que a resultam. As atividades são feitas no período oposto ao ensino regular. Atualmente, 15 escolas oferecem o programa, de terça a sexta-feira.
Confira os bairros e as escolas contempladas com o Programa:
Jardim Gilda |
Profª. Antonia Bendita Eugênio |
Santa Terezinha |
Profº. João Batista Nogueira ( Espaço 01) |
Bosque dos Lenheiros |
Profº José Pousa de Toledo |
Vila Sônia |
Profº Taufic Dumit |
Pq. dos Eucaliptos |
Profª. Edilene Marli Borguesi |
Jardim Oriente |
Profº Thales Castanho de Andrade |
São Francisco |
Profº Fabio de Souza Maria |
Eldorado |
Profº Francisco de Almeida Kronka |
Kobayat/ Líbano |
Profª. Elisabeth Consomagno Cruz |
Vila Cristina |
Hide Maluf Junior |
Jardim Tóquio |
Wilson Guidotti |
Novo Horizonte |
Ida Francez Lombardi |
Água Branca |
Profº Mario Chorilli |
Parque Orlanda |
José Antonio de Souza |
Pompéia |
Profº Santo Granuzzio |
Fotos: Marquinhos Ferreira/Fernanda Schmidt